Calendário da Astronomia 2025: Embora este ano não marque o retorno de astronautas ao espaço profundo, como a NASA havia planejado, as plataformas de lançamento continuarão intensamente movimentadas, com uma sequência de sondas robóticas tentando pousar na Lua!

Quantos desses pousos lunares serão bem-sucedidos? Será que o número vai superar os “dois e pouco” do ano passado (um deles com um retorno espetacular)?

Grandes foguetes comerciais, como o Starship, da SpaceX, e o New Glenn, da Blue Origin, provavelmente também farão vários voos de teste em órbita sem tripulação, enquanto aperfeiçoam seus equipamentos.

E, enquanto as pessoas aguardam missões científicas a destinos distantes do Sistema Solar, algumas sondas enviarão imagens de perto de planetas ao realizar manobras de impulso gravitacional durante sobrevoos.

A seguir, você confere um resumo das missões espaciais e eventos cósmicos que vêm por aí. Salve este calendário e fique de olho nas atualizações do MundoUp! ao longo do ano.

Calendário da Astronomia 2025

Sonda europeia Hera passa perto de Marte: 12 de março

Em 2022, a NASA deliberadamente colidiu uma espaçonave com um asteroide inofensivo para testar a possibilidade de desviar uma rocha espacial, caso uma em rota de colisão ameaçasse a Terra.

A Agência Espacial Europeia (ESA) está conduzindo a continuação desse teste com a missão Hera. A espaçonave foi lançada em outubro de 2024 e se encontrará com Dimorphos, o asteroide atingido, em 2026.

Mas agora, em março, ela fará uma rápida visita a Marte — a aproximação máxima está prevista para as 7h51 (horário de Brasília) — e também a uma das duas luas do planeta vermelho, Deimos. Os controladores da missão aproveitarão a ocasião para coletar dados sobre essa lua marciana.

Tripulação de astronautas da Boeing retorna para casa: meados de março

Dois astronautas, cuja visita de oito dias à Estação Espacial Internacional acabou virando uma estadia de mais de oito meses, devem voltar à Terra em março.

Os astronautas da NASA Butch Wilmore e Suni Williams aguardam sua carona desde que a agência decidiu não enviá-los de volta na mesma espaçonave na qual chegaram. Essa cápsula de teste, a Starliner, da Boeing, pousou vazia sem problemas, mas a NASA não quis arriscar depois que a nave apresentou falhas de propulsão durante o voo.

A dupla deveria retornar em uma cápsula Dragon, da SpaceX, em fevereiro. Porém, no fim de 2024, a NASA anunciou que o voo provavelmente seria adiado para março.

Wilmore e Williams, integrados à tripulação Crew-9, devem partir de volta à Terra alguns dias depois que a próxima equipe chegar à estação, permitindo um curto período de transição. A Crew-10 pode ser lançada de Cabo Canaveral, Flórida, a partir de 12 de março.

NASA e Índia unem forças em um satélite: março

A NASA está juntando forças com a agência espacial indiana em uma missão para estudar as superfícies terrestres e congeladas do planeta.

Esse trabalho envolve o satélite NISAR, que analisará todas as superfícies do globo duas vezes a cada 12 dias para medir mudanças. O lançamento será realizado no centro espacial da Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO), o Satish Dhawan Space Centre, na costa sudeste da Índia.

Astronautas privados voam para a ISS: não antes da primavera (no Hemisfério Norte)

Astronautas particulares vão partir rumo à Estação Espacial Internacional na quarta missão da Axiom Space. Os quatro tripulantes aguardam aprovação para viajar ao laboratório orbital, com lançamento de Cabo Canaveral, Flórida, previsto para acontecer na primavera (no hemisfério norte), ou seja, possivelmente a partir de março ou abril.

Quando a Axiom fez sua primeira missão privada em 2022, redefiniu o termo “astronauta”. Por décadas, esse título era reservado aos pilotos e tripulações espaciais de agências governamentais. Mais recentemente, turistas ultrarricos que atravessassem a atmosfera terrestre também eram considerados astronautas.

Mas, com a missão privada da Axiom, surgiu uma terceira possibilidade: alguém que recebe treinamento privado e é enviado ao espaço para realizar pesquisas científicas comerciais. As tripulações da Axiom passam de 750 a mais de 1.000 horas em treinamento.

Duas espaçonaves seguem para Marte: não antes da primavera (no Hemisfério Norte)

Uma missão científica financiada pela NASA busca entender melhor como a radiação solar desgasta a fina atmosfera marciana. Chamada Escapade, ela contará com dois orbitadores de Marte construídos pela Rocket Lab.

O voo estava originalmente previsto para outubro, usando o foguete New Glenn, da Blue Origin, em seu lançamento inaugural.

Mas, como muitas vezes acontece com foguetes, a primeira decolagem foi adiada. Agora, a NASA e a Blue Origin estão discutindo uma nova data de lançamento para essa missão, não antes da primavera de 2025 no Hemisfério Norte.

Sonda Lucy sobrevoa asteroide: 20 de abril

A NASA lançou a espaçonave Lucy no ano passado para uma jornada de 12 anos, com objetivo de visitar vários asteroides que dividem a órbita de Júpiter.

Em 20 de abril, Lucy deverá encontrar um pequeno asteroide do cinturão principal chamado Donaldjohanson — algo como uma espécie de teste antes de chegar aos sete asteroides troianos. Apelidado de DJ, esse asteroide tem apenas 4 quilômetros de diâmetro e gira muito lentamente, demorando mais de 10 dias para completar uma rotação.

Pico da chuva de meteoros Líridas: 21-22 de abril

Chuvas de meteoros ocorrem todo ano (ou em intervalos regulares) quando a Terra atravessa rastros de poeira deixados por cometas. Cada vez que um cometa passa pelo Sistema Solar interno, o Sol vaporiza parte de sua superfície, criando um rastro de detritos.

Quando a Terra cruza esse caminho, podemos ver um espetáculo no céu, com até centenas de meteoros por hora. Os fragmentos que originam as Líridas vêm do cometa Thatcher. As Líridas, melhores de observar no Hemisfério Norte, ficam ativas de 17 a 26 de abril.

Pico da chuva de meteoros Eta Aquáridas: 3-4 de maio

A chuva de meteoros Eta Aquáridas, mais fácil de ver nas regiões tropicais do Hemisfério Sul, produz trilhas fortes e duradouras. Essa é a primeira de duas chuvas anuais formadas pelos restos do cometa Halley. O evento estará ativo de 20 de abril a 21 de maio.

Pico da chuva de meteoros Delta Aquáridas: 29-30 de julho

As Delta Aquáridas também são mais visíveis a partir das regiões tropicais do Hemisfério Sul. As condições devem ser favoráveis para observar meteoros pela manhã.

Astrônomos acreditam que os detritos que provocam esse evento venham do estranho cometa Machholz. A chuva fica ativa de 18 de julho a 12 de agosto.

Pico da chuva de meteoros Perseidas: 12-13 de agosto

As famosas Perseidas, formadas pelos restos do cometa 109P/Swift-Tuttle, costumam oferecer um grande show para observadores do Hemisfério Norte.

A atividade ocorre de 17 de julho a 23 de agosto. Porém, não se empolgue tanto este ano: especialistas dizem que a Lua, em fase minguante, com mais de 80% de visibilidade, deixará o céu muito claro, permitindo ver apenas os meteoros mais brilhantes.

Espaçonave Juice da Europa passa por Vênus: 31 de agosto

A chamada missão Juice, da Agência Espacial Europeia, deve passar perto de Vênus em 31 de agosto, embora horários e distâncias exatos sejam confirmados mais perto da data. “Juice” vem de Jupiter Icy Moons Explorer (Explorador das Luas Geladas de Júpiter).

O objetivo é estudar as luas de Júpiter, incluindo Europa, Calisto e, principalmente, Ganimedes. Há anos os cientistas estão curiosos sobre esses satélites porque acreditam que eles abrigam oceanos líquidos sob suas crostas de gelo.

Antes de chegar a Júpiter, a espaçonave fará sobrevoos da Terra e de Vênus para obter impulso suficiente e chegar ao Sistema Solar exterior, chegando ao seu destino em 2031!

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