Demon City: o filme japonês que vai te lembrar Oldboy e John Wick, e já é sucesso na Netflix

Enviar no Whatsapp
Ver Resumo

Pense em algo assim: um matador de gangue, fã de carros potentes, capaz de derrotar um exército de seguranças e aparentemente imune a balas, quer largar o crime para ter uma vida tranquila com a família depois de derrubar uma gangue rival em um grande golpe. Mas quando ele perde a família, sofre um atentado em casa e é dado como morto, ele parte em uma jornada de vingança sanguinária.

Pois é, quando digo que Demon City é a resposta japonesa a John Wick, não estou falando apenas de um filme de ação com combates corpo a corpo estilosos (embora tenha muito disso). É que o longa realmente dedica os primeiros 20 minutos a redefinir uma nova trama seguindo o mesmo modelo de John Wick.

Só que, já na primeira cena, ele deixa claro o que o diferencia nessa comparação: temos muito mais sangue e mutilações, e um objetivo dramático bem próprio, quando um grupo de rapazes usando máscaras demoníacas ataca nosso anti-herói Sakata de forma coletiva — em vez de caçar um único vilão, sabemos que ele vai colecionar um bocado de cabeças (possivelmente ainda com as máscaras).

Outra diferença está em um salto de 12 anos na linha do tempo e uma pitada de conspiração política para dar tempero. Enquanto John Wick foi puxado de volta ao mundo do crime por circunstâncias de azar, Sakata está no centro de uma tempestade de traições e intrigas — alguns desses elementos dão ao filme um ar que lembra Oldboy, de Park Chan-wook.

Mas Demon City não está muito preocupado em ser verossímil como outros filmes do gênero. Ele se diverte acrescentando feitos de força quase sobre-humana às cenas de luta, com uma coreografia única e imperdível. Se você é um capanga dos líderes demoníacos, é como se Jason Voorhees estivesse atrás de você: uma força imparável, sem palavras e aparentemente imortal.

O suspense aqui não é “será que o Sakata vai sobreviver?”, mas “o que diabos vai acontecer agora… bem, não esperava por isso”.

Esse tipo de expectativa é perfeita para um filme como Demon City. É claro que não fico ansioso achando que o protagonista vá morrer no meio da história, mas fiquei grudado na tela durante os 107 minutos, ansioso para ver a próxima cena de luta. Nem todas as sequências conseguem superar a anterior a ponto de ser um dos melhores filmes na Netflix, mas, para mim, funcionou muito bem.

Às vezes, a forma como um evento provoca outro — como se fosse um efeito dominó ou um plano maluco de Rube Goldberg — chega a ser engraçada. Não porque seja mal feita ou exageradamente boba, mas porque você normalmente veria algo assim em um filme de Jackie Chan. A trilha sonora, cheia de guitarras elétricas, contribui para esse tom ocasionalmente exagerado — soaria errado em muitas produções, mas aqui foi tudo bem equilibrado.

Claro, há falhas notáveis. Falta profundidade aos personagens; é óbvio que há um limite para o envolvimento emocional em um filme em que a maior expectativa é “qual loucura vai acontecer agora?”; a luta final talvez seja a mais fraca e demora um pouco mais do que deveria (embora ainda tenha seus bons momentos). Porém, me diverti bastante, e fica fácil relevar qualquer problema quando o longa entrega uma cena final incrível que subverte aquele gancho para continuação que todo filme parece ter hoje em dia.

Como um filme de ação, brutal e direto, para assistir em um fim de semana prolongado? Foi sensacional.

Leia também: Netflix solta trailer da 7ª temporada de Black Mirror e confirma personagem surpresa

Escrito por

Gabriel Pietro

Gabriel mora em Beagá e é redator há 10 anos. Entrou no mundo da escrita meio que por acaso, ainda no ensino médio. Também já escreveu em blogs de astronomia, sociologia, curiosidades, humor, animais e até moda. Adora ler (sobre tudo!), escutar música e viajar. Mantém os pés no chão e a cabeça nas estrelas: aqui na Terra respira política, mas seu maior sonho mesmo é vê-la do espaço.

Acompanhe as novidades nas redes!

O que você achou?

0 Respostas

0
0
0
0
0
0

Relacionados

Mais lidas

O MundoUP utiliza cookies de navegação.