Mande seu mascote para o espaço: NASA convoca fãs a criar pelúcia que irá acompanhar astronautas até a Lua em 2026

Enviar no Whatsapp
Ver Resumo

Os primeiros astronautas se preparando para voar até a Lua depois de mais de 50 anos querem a sua ajuda para definir o quinto integrante da tripulação — o “mascote lunar”.

A equipe da missão Artemis 2 da NASA está à procura de uma ideia original para seu indicador de gravidade zero (ZGI), um boneco ou pelúcia que ficará preso por uma corda dentro da espaçonave Orion para sinalizar o momento em que os astronautas entrarem no ambiente de microgravidade do espaço. A missão Artemis II, prevista para não antes do final de 2026, levará a tripulação até a órbita da Lua e, em seguida, de volta à Terra.

O comandante da missão, Reid Wiseman, e os especialistas Christina Koch e Jeremy Hansen anunciaram o concurso durante uma apresentação no festival South by Southwest (SXSW), em Austin, Texas. (Victor Glover, o piloto da missão, precisou permanecer no Johnson Space Center, em Houston, para ajudar na seleção da nova turma de candidatos a astronautas da NASA.)

“Não consigo enfatizar o quanto esse objeto se torna o mascote da sua equipe, porque é a única coisa permitida na cabine que não foi certificada como hardware nem projetada pelos engenheiros da Orion — e isso é incrível”, disse Koch na sexta-feira (7 de março).

“Ele começa a flutuar assim que você está no espaço e, enquanto estamos todos ainda presos aos assentos, não há outra forma de mostrar que realmente estamos em órbita para as câmeras internas, a não ser o indicador de gravidade zero que fica voando por aí.”

“É uma parte muito legal das nossas missões e a gente realmente não queria ter conflitos tentando decidir o que usar”, continuou Koch. “Por isso, estamos lançando esse concurso. Adoraríamos se fosse alguém desta plateia — mas na verdade qualquer pessoa do mundo pode participar —, para ver se consegue criar o que vai dar a volta na Lua dentro da nossa cápsula.”

A NASA se associou à empresa de crowdsourcing Freelancer para organizar o concurso, que fica aberto até 27 de maio para alunos do ensino fundamental e adultos, participando individualmente, em salas de aula ou em equipes, nos EUA ou em países “não designados” (aqueles que não fazem parte do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio [GATT] ou de um Acordo de Livre-Comércio [FTA] com os EUA).

Dependendo da faixa etária, até 25 dos projetos selecionados receberão US$ 1.225 cada ou um kit de prêmios da Artemis.

O objetivo é criar um design que será montado pelo laboratório de coberturas térmicas da NASA para voar até o espaço. Por isso, as propostas precisam ser inéditas; relevantes para um público global, representando a humanidade; e significativas para a missão Artemis 2 e seus astronautas. O ZGI final deverá caber dentro de uma caixa de 15,25 cm (6 polegadas) e pesar no máximo 0,34 kg (0,75 libras).

Por motivos de segurança, o design só pode utilizar linha de costura Nomex; tecidos de pele sintética, poliéster ou algodão; Beta cloth, Kevlar ou vinil; filme de poliamida Kapton/VDA e enchimento de poliéster (poly-fil). Nenhum outro material será aceito.

A tradição de usar indicadores de gravidade zero começou na antiga União Soviética com o primeiro voo espacial tripulado da história.

Em 1961, o cosmonauta Yuri Gagarin levou um pequeno boneco consigo na cápsula Vostok para ver quando ele começaria a flutuar. Desde então, muitos colegas de Gagarin também levaram brinquedos e bonecos como amuletos e ZGIs, muitas vezes por sugestão de seus filhos.

“O ‘Giraffiti’ voou comigo no meu único voo até a Estação Espacial Internacional”, contou Wiseman, mostrando uma girafa de pelúcia. “Ele ainda tem um pouquinho de costura no pescoço para ser pendurado dentro da nossa nave Soyuz.”

“Foi o primeiro presente que minha mãe deu para a minha filha mais velha, então tem um valor sentimental enorme”, disse ele à plateia do SXSW.

O costume do ZGI chegou aos Estados Unidos com os primeiros voos do Programa de Tripulações Comerciais da NASA, tanto da SpaceX quanto da Boeing, que levaram brinquedos a bordo. Alguns desses indicadores incluíram um globo de pelúcia da Terra, um dinossauro com lantejoulas e um unicórnio-do-mar brilhante (narval).

A missão Artemis 1, não tripulada e que voou ao redor da Lua em 2022, levou um boneco do Snoopy feito sob medida, com uma versão em miniatura do mesmo traje pressurizado que os astronautas da Artemis 2 vão vestir na Orion. O beagle dos quadrinhos Peanuts passou boa parte dos 25,5 dias de viagem flutuando na ponta de uma corda, percorrendo mais de 2,3 milhões de quilômetros (1,4 milhão de milhas).

O Snoopy é o “mascote de segurança” da NASA desde antes do primeiro lançamento tripulado da Apollo, em 1968. Mais recentemente, juntou todo o grupo dos Peanuts como símbolo de ensino de STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) e dos voos de exploração em espaço profundo das missões Artemis.

A NASA, ao final, escolherá um dos projetos vencedores do concurso “Moon Mascot: NASA Artemis II ZGI Design Challenge” para voar na missão. O anúncio dos designs selecionados será feito em ou antes de 31 de julho de 2025.

“O indicador vai flutuar ao lado do Victor, da Christina, do Jeremy e de mim enquanto damos a volta no lado mais distante da Lua, lembrando-nos de todos vocês aqui na Terra”, disse Wiseman.

Leia também: Threads vai tirar o Twitter do topo? Entenda o que está rolando na rivalidade com Elon Musk

Escrito por

Gabriel Pietro

Gabriel mora em Beagá e é redator há 10 anos. Entrou no mundo da escrita meio que por acaso, ainda no ensino médio. Também já escreveu em blogs de astronomia, sociologia, curiosidades, humor, animais e até moda. Adora ler (sobre tudo!), escutar música e viajar. Mantém os pés no chão e a cabeça nas estrelas: aqui na Terra respira política, mas seu maior sonho mesmo é vê-la do espaço.

Acompanhe as novidades nas redes!

O que você achou?

1 Respostas

1
0
0
0
0
0

Relacionados

Mais lidas

O MundoUP utiliza cookies de navegação.