Com o Zenbook A14, a ASUS atinge um novo patamar de portabilidade. Trata-se de um notebook de 14 polegadas que pesa apenas 2,2 libras (cerca de 1 kg), fazendo-o parecer mais um tablet que um computador ao ser segurado.

Além disso, graças ao seu chassi em “Ceraluminum” — que oferece uma sensação intermediária entre cerâmica e metal —, o Zenbook A14 se mostra um notebook premium mais convincente do que a linha ultraleve Gram, da LG, que por vezes passa a impressão de fragilidade.

Porém, sempre há um equilíbrio delicado entre tamanho e desempenho, e neste caso a ASUS trouxe o PC Copilot+ mais lento que vimos até agora. Pode-se dizer que isso só confirma a proposta de leveza do produto.

Para ser claro, o Zenbook A14 funciona bem em tarefas leves de produtividade. Por ser um modelo Copilot+ AI PC, ele vem com pelo menos 16 GB de RAM, o que permite lidar tranquilamente com dezenas de abas de navegador abertas, além dos aplicativos comuns de escritório e edição básica de fotos.

Porém, o chip Snapdragon X X1 limita a capacidade de realizar tarefas realmente pesadas, então não espere rodar muitos jogos ou fazer renderização de vídeo. E como ele é baseado na arquitetura Arm, o Zenbook A14 precisa emular apps feitos para CPUs Intel e AMD, o que acaba sendo mais lento.

Alguns softwares sequer vão rodar, incluindo programas muito antigos e jogos como Fortnite, que usam sistemas antitrapaça incompatíveis.

Assim, embora o Zenbook A14 possa parecer um “MacBook Air killer” à primeira vista, na prática ele apenas nos relembra o quanto a Apple equilibrou bem seu ultrafino.

Sim, o MacBook Air é meio quilo mais pesado, mas também edita vídeos, renderiza em 3D e roda alguns jogos de maneira básica. Você não sentirá as mesmas limitações de desempenho que inevitavelmente aparecem no Zenbook A14.

Ficha técnica do ASUS Zenbook A14

O Zenbook A14 é incrivelmente leve e tem acabamento de notebook premium, mas sofre com a lentidão do processador Snapdragon X.

Prós:

• Extremamente fino e leve
• Tela OLED de 14 polegadas lindíssima
• Teclado sólido
• Várias portas disponíveis

Contras:

• O chip Snapdragon X é visivelmente lento
• Preço alto em relação ao desempenho
• O trackpad não é muito responsivo

Mesmo assim, ainda existe público para um notebook ultraleve com desempenho modesto. O A14 é ótimo para quem precisa escrever em movimento, pois é muito fácil de transportar e oferece uma incrível autonomia de 18 horas e 16 minutos (de acordo com o teste PCMark 10). E sejamos francos: o fato de ele não ser bom para jogos pode até ajudar na produtividade.

Vejo esse modelo como um bom segundo computador se você já tiver um desktop ou um laptop mais potente em casa. E se você precisa apenas navegar na web, responder e-mails e ver algum vídeo de vez em quando, provavelmente nem vai perceber as limitações de desempenho.

Hardware e especificações do notebook

O Zenbook A14 impressiona antes mesmo de você ligá-lo. A caixa de varejo é tão leve que chega a parecer vazia, como se tivesse apenas ar e algum enchimento de papelão. E, ao abri-la, é difícil acreditar que um notebook de 14 polegadas possa pesar apenas 2,2 libras.

Ele também parece bem equilibrado, como uma faca de chef artesanal, o que facilita segurá-lo. Se eu já havia me impressionado com o ASUS ROG Zephyrus G14 e G16 no ano passado, o Zenbook A14 mostra ainda mais a evolução da empresa, que antes produzia clones baratos de MacBook.

Outro ponto que contribui para a boa impressão é o tal chassi de “Ceraluminum”, que realmente é gostoso de segurar. Ele é mais “quente” e convidativo ao toque, diferente dos MacBooks da Apple e da maioria dos notebooks de metal, que costumam ficar frios (especialmente em escritórios com ar-condicionado forte).

Como já vimos em outros recentes aparelhos da ASUS, o Ceraluminum também passa uma sensação de solidez, sem qualquer flex na estrutura enxuta do A14.

A empresa claramente investiu tempo para tornar o manuseio do notebook mais prático. Levantá-lo com uma mão só é fácil, graças a um novo design de dobradiça que evita que o A14 tombe para trás quando você ergue a tela.

Já testei outros notebooks leves (incluindo modelos Zenbook mais antigos) em que era preciso usar as duas mãos: uma segurando a base e outra levantando a tampa. Pela minha experiência, é muito útil conseguir abrir o notebook com uma mão enquanto, por exemplo, se segura uma criança chorando na outra.

Quando aberto, o Zenbook A14 mantém um perfil incrivelmente fino, mas é firme o suficiente para manter a tela estável enquanto você digita no colo.

Isso pode parecer um detalhe pequeno, mas eu já detestei ter que lidar com telas balançando em notebooks ultrafinos inferiores. É mais um sinal de que a ASUS acertou nos mínimos detalhes do A14.

Falando em acertos, é ótimo ver que a ASUS conseguiu incluir várias portas: duas USB-C, uma USB-A, uma HDMI em tamanho padrão e um conector para fones de ouvido. A Apple, por outro lado, oferece apenas duas USB-C, uma entrada MagSafe para recarga e uma saída de fone de ouvido no MacBook Air.

Vale a pena comprar o Zenbook A14?

Devido aos problemas de compatibilidade com apps x86 e ao processador lento, eu não recomendaria o Zenbook A14 como computador principal para a maioria das pessoas, ainda que tenha preço de concorrente direto do MacBook Air.

Talvez ele seja mais um experimento da ASUS para ver até onde o público tolera sacrifícios de desempenho em prol da leveza extrema. Em vez disso, vale mais a pena considerar um aparelho como o Zenbook 14 OLED, que custa atualmente US$ 1.050, com 16 GB de RAM e SSD de 1 TB. Ele pesa 2,8 libras em vez de 2,2, mas ainda é bem portátil.

O MacBook Air de 13 polegadas, a partir de US$ 999 com chip M4, é cerca de 0,2 kg mais pesado que o Zenbook A14, mas muito mais capaz no geral. Até mesmo o chip M2 (mais antigo) supera o Snapdragon X em velocidade, e o macOS conta com um ecossistema maior de aplicativos compatíveis com arquitetura Arm, sem falar na emulação mais rápida do que a do Windows.

Se a ideia da ASUS era fazer um notebook ultraleve com toque de produto premium, ela quase conseguiu com o Zenbook A14. Ele supera o MacBook Air em termos de peso e até de valor agregado, mas seu processador fraco o torna bem menos versátil do que o ultrafino da Apple.

Talvez, no futuro, com revisões de hardware mais potentes, a ASUS consiga lançar um notebook de apenas 1 kg que seja realmente poderoso. Por ora, é melhor esperar uma promoção para adquirir o A14 como segundo computador.

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