Pesquisa inédita revela qual a cor de Marte - e mais!
Qual a cor de Marte? Essa pergunta sempre despertou curiosidade, e muita gente achava que o tom avermelhado do planeta era consequência de sua superfície árida, rica em ferro oxidado.
Agora, um novo estudo sugere que essa história pode ser bem, bem, mais antiga, remontando a uma época – bilhões de anos atrás! – em que existia água na superfície do planeta.
Em outras palavras, o chamado Planeta Vermelho pode ter sido azul em um passado distante, levantando questões sobre a real origem de sua tonalidade e sobre a possibilidade de vida marciana no passado.
O estudo publicado na tradicional revista Nature Communications desafia a ideia de que todo o vermelho de Marte vem de hematita — o tal óxido de ferro formado em ambientes secos.
E vai além: os autores propõem que a ferrihidrita, um composto hidratado, seja o verdadeiro responsável pelo tom que enxergamos.
Bem, se isso estiver correto, significa que o ferro oxidou quando Marte ainda era frio e úmido, antes de virar o deserto gelado que conhecemos hoje. Essa conclusão muda a cronologia das transformações do planeta e lança novas dúvidas sobre quando e como se deu a perda de água.
Desde os tempos mais remotos, a coloração chamativa de Marte inspirou mitos e representações. Os romanos o relacionaram ao deus da guerra (Ares para os gregos, Marte para os romanos), e civilizações como a egípcia também destacavam seu aspecto avermelhado.
Por séculos, astrônomos tentaram compreender por que esse ponto rubro cortava o céu, e a hipótese mais aceita até pouco tempo atrás era a de que o planeta ganhara esse tom só depois de perder toda a sua água.
Nas últimas décadas, sondas e rovers analisaram o pó marciano e não encontraram traços de água ali, reforçando a tese de que a oxidação vinha ocorrendo em condições secas.
Porém, a falta de testes laboratoriais detalhados deixava lacunas sobre a formação dos minerais de ferro. O novo estudo cruzou dados de missões como Mars Express, Trace Gas Orbiter e Mars Reconnaissance Orbiter com medições feitas pelos rovers Curiosity, Pathfinder e Opportunity.
Para obter uma resposta satisfatória, os cientistas produziram pós sintéticos na Terra e compararam as assinaturas espectrais com as amostras coletadas em Marte.
Descobriram, então, que o pó marciano se assemelha bastante à ferrihidrita, que se forma com água líquida e baixo pH.
Adiante, essa descoberta agora sugere que o ferro oxidado de Marte remonta a uma época em que o planeta era frio, porém ainda possuía oceanos. Se isso se confirmar, o período de habitabilidade marciana pode ter sido mais extenso do que o estimado.
Esses resultados só reforçam a hipótese de que o planeta sofreu processos químicos intensos enquanto ainda existia água na superfície. Água em abundância, viu?
No entanto, há pontos desconhecidos: qual a composição exata da atmosfera naquela fase, onde a ferrihidrita se formou antes de ser espalhada por tempestades de poeira, e quando Marte fez a transição definitiva para o seu estado árido.
Essas questões vão orientar as próximas pesquisas, especialmente na busca por sinais de vida microbiana, uma velha esperança da Astrobiologia.
A descoberta esclarece parte do enigma, mas também gera novas dúvidas. A pergunta “qual a cor de Marte” ganha outra perspectiva, pois agora suspeita-se de um passado “azul”!
Se a ferrihidrita prevalece, exige água líquida para se formar, refutando a visão de um planeta sempre seco. Essa hipótese reacende o debate sobre quando e onde a vida poderia ter surgido em Marte.
Ao final, segundo os cientistas, a ferrihidrita demanda água fria e oxidante para se formar, enquanto a hematita surge em cenários áridos. Isso indica que Marte já foi mais úmido, favorecendo possíveis microrganismos.
Agora é esperar novas missões, inclusive tripuladas, e o rover Rosalind Franklin, para obtermos respostas ainda mais interessantes!
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